O ecossistema digital passa por uma transformação acelerada pelo avanço da inteligência artificial, pela automação e pela crescente dependência tecnológica. Esse movimento impulsiona a inovação, mas também amplia o impacto das ameaças virtuais e redefine as estratégias do cibercrime. Diante desse cenário, governos, empresas e usuários são pressionados a revisar seus modelos de defesa e gestão de riscos.
A análise do cenário atual indica três tendências que devem orientar o debate e as decisões em cibersegurança no próximo ano. O uso intensivo de inteligência artificial e automação ofensiva, a evolução do ransomware como ameaça persistente e a consolidação de regulamentações voltadas à IA e à segurança digital.
Inteligência artificial amplia o alcance do cibercrime
A inteligência artificial deixou de ser apenas uma ferramenta de produtividade e passou a ocupar um papel central nas estratégias criminosas. A ampla disponibilidade de modelos generativos, agentes autônomos e ambientes de automação permitiu um salto significativo na sofisticação dos ataques digitais.
Ao longo de 2025, houve crescimento expressivo de práticas como phishing hiperpersonalizado produzido em poucos segundos, agentes ofensivos capazes de executar ciclos completos de ataque, evasão dinâmica de sistemas de detecção e uso de deepfakes e desinformação automatizada. A expectativa é de que esse cenário se intensifique até 2026.
Com isso, a IA não apenas acelera o trabalho do invasor, mas reduz drasticamente as barreiras técnicas de entrada no cibercrime. Ataques que antes exigiam alto nível de especialização agora pode ser realizados por meio de comandos simples. O resultado é a possibilidade de escalar ofensivas em larga escala com baixo investimento e velocidade superior à capacidade de resposta das defesas tradicionais.
Além dos riscos técnicos, o uso inadequado da inteligência artificial também expõe organizações a impactos reputacionais, legais e estratégicos. A tecnologia se consolida como um novo paradigma que influencia diretamente economia, segurança e governança.
Ransomware segue como ameaça central, mas em constante transformação
O ransomware continua liderando o ranking de ameaças globais, mantendo-se relevante por sua capacidade de adaptação. Em 2025, grupos que operam no modelo ransomware como serviço registraram atividade constante na América Latina, reforçando a lucratividade e a resiliência desse tipo de crime.
A integração da inteligência artificial aos ataques é um fator decisivo nessa evolução. Embora o uso de IA para escrita de código já seja observado, os maiores impactos estão na orquestração das ofensivas, na engenharia social e na ampliação dos danos à reputação das vítimas. A IA passou a integrar todo o fluxo do ataque, desde a criação de variantes de malware mais difíceis de detectar até estratégias de extorsão automatizadas e psicologicamente mais eficazes.
Para 2026, a tendência aponta para múltiplos estágios de extorsão, fragmentação do ecossistema criminoso com grupos menores operando em escala e ataques mais rápidos e difíceis de atribuir. O ransomware não dá sinais de retração e deve seguir em constante reinvenção.
Regulamentação de IA e cibersegurança entra em fase de aplicação
O debate regulatório deixou de ser conceitual e avança para a implementação prática. A expectativa é de que, até 2026, a inteligência artificial seja avaliada não apenas por seu potencial inovador, mas também por seus impactos sobre direitos fundamentais, segurança e governança.
A Lei Europeia de IA surge como um marco relevante, influenciando políticas globais voltadas à rastreabilidade de conteúdo sintético, restrições a usos considerados de alto risco e aumento da fiscalização sobre modelos de uso geral. O foco se desloca da criação de normas para a aplicação efetiva e o controle operacional dessas regras.
Para as organizações, especialmente no Brasil e na América Latina, o desafio será atender a exigências crescentes relacionadas à governança da IA. Isso inclui controles de integridade sobre informações geradas por sistemas automatizados, auditorias de fornecedores, presença humana em processos críticos e planos específicos de resposta a incidentes envolvendo IA. O objetivo da regulamentação não é frear a inovação, mas garantir que ela ocorra de forma segura, ética e confiável.
Equilíbrio entre inovação e proteção define o futuro da segurança digital
A convergência entre inteligência artificial, automação, ransomware e novas regulações desenha um cenário mais complexo, mas também abre espaço para o fortalecimento da resiliência digital. A cibersegurança deixa de ser apenas uma questão tecnológica e passa a exigir estratégia, compreensão de riscos e decisões bem informadas.
Com a IA cada vez mais presente em todas as esferas, do crime à governança, o desafio central será equilibrar inovação e proteção. A segurança digital se consolida como um processo contínuo de adaptação, no qual os fatores humanos terão papel decisivo diante das transformações tecnológicas previstas para 2026.
Cibersegurança no Brasil acompanha crescimento das ameaças
O aumento das ameaças virtuais tem impulsionado a adoção de soluções mais avançadas de proteção no Brasil. A Venko, por exemplo, disponibiliza tecnologias voltadas para ISPs e provedores regionais, com foco não somente na conectividade, mas também na estabilidade e na segurança das redes.
Entre as soluções oferecidas estão Software Defined Perimeter, Zero Trust Network, firewalls de última geração, CGNATs e SD-WAN. Para ambientes mais complexos, a empresa também disponibiliza plataformas NDR e XDR, que permitem monitoramento em tempo real e respostas rápidas a incidentes de segurança.
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Fonte: We Live Security
Imagem: Canva