Os provedores de telecomunicações têm investido em tecnologias de rede avançadas, como 5G, DOCSIS 4.0 e fibra óptica, para aumentar suas vendas e lucratividade. No entanto, mesmo com essas inovações, os retornos financeiros continuam baixos.
Entre 2019 e 2023, o Boston Consulting Group revelou que as empresas de telecomunicações obtiveram um retorno total para os acionistas (TSR) de apenas 6%, comparado a 13% no índice S&P 1200. Das 33 indústrias analisadas pelo BCG, as telecomunicações ficaram em 31º lugar em termos de retorno financeiro.
Diante desses desafios, os prestadores de serviços buscam tecnologias que possam reduzir custos e criar redes mais flexíveis, facilitando o lançamento de novos serviços. Uma solução promissora é a virtualização de funções de rede (NFV), que pode diminuir os custos de construção de redes.
O passado e o presente do NFV
Introduzido em 2012, o NFV gerou grande expectativa, mas inicialmente enfrentou ceticismo quanto à sua capacidade de entregar o desempenho e as economias prometidas. A tecnologia ainda era nova, e a promessa de confiabilidade e integração de software de diversos fornecedores demorou a se concretizar.
Com o tempo, as operadoras começaram a adotar o NFV devido às suas vantagens comerciais e tecnológicas, como redução de despesas, aceleração no lançamento de serviços, flexibilidade na cadeia de fornecimento, automação e maior autonomia da rede. Hoje, o NFV continua a avançar e se consolidar como uma tecnologia importante no setor.
No entanto, sua adoção não é universal. Segundo a IDC, as despesas de capital globais para telecomunicações em 2028 alcançarão 308,6 bilhões de dólares, enquanto o mercado de NFV deve atingir 62,76 bilhões de dólares. Isso indica um espaço significativo para crescimento.
Como funciona o NFV
O NFV utiliza um hipervisor para executar funções de rede, segurança e outras como dispositivos de software, chamados funções de rede virtual (VNFs), em uma máquina virtual (VM). Essa abordagem substitui dispositivos de hardware dedicados, como roteadores e firewalls, por aplicações VNF em servidores comerciais prontos para uso (COTS), reduzindo drasticamente os custos. Além disso, a utilização de servidores COTS permite maior inovação e concorrência no desenvolvimento de aplicações para a rede, resultando em menor custo de capital e despesas operacionais.
O 5G também impulsiona a adoção do NFV, com a virtualização da rede de acesso por rádio (RAN) ganhando força. A experiência bem-sucedida do NFV no 5G sugere que todas as funções de rede podem ser virtualizadas.
Desafios tecnológicos atuais
A conteinerização nativa da nuvem, uma abordagem de virtualização alternativa, pode afetar o crescimento do NFV. Contêineres nativos da nuvem são projetados para rodar apenas o aplicativo, compartilhando recursos da infraestrutura como o sistema operacional, o que torna a implantação rápida e eficiente. No entanto, eles não são ideais para funções de rede de alta largura de banda, que necessitam de hardware dedicado, algo que o NFV oferece.
Enquanto contêineres são mais adequados para aplicativos em nuvem e microsserviços, o NFV foi projetado para suportar funções de rede que demandam recursos dedicados, como roteamento e NAT.
O futuro da NFV
O futuro do NFV parece promissor, uma vez que a tecnologia evolui e se torna mais madura. Enquanto mais operadoras adotam o NFV, a tecnologia desempenhará um papel fundamental na implementação das redes 5G, impulsionando inovação e eficiência nas operações de telecomunicações. Embora a conteinerização nativa da nuvem possa representar uma ameaça, também há potencial para que ambas as tecnologias trabalhem juntas, oferecendo opções poderosas de virtualização para atender às demandas das redes modernas.
O NFV está transformando a forma como as redes de telecomunicações são projetadas, implementadas e gerenciadas. Apesar dos desafios iniciais, a tecnologia provou seu valor e deverá se estabelecer como um pilar da infraestrutura de telecomunicações da próxima geração.
A Venko está atenta às oportunidades que a desagregação traz para o setor. Por isso, nossa abordagem é focada na valorização da liberdade de escolha, na adoção de padrões abertos e na separação entre hardware e funções virtualizadas de rede.
Oferecemos soluções que materializam essa visão, incluindo CPEs, OLTs, XGS-PON (destacando a inovadora micro-OLT Tibit), SD-WAN, BNG (Broadband Network Gateway) e vBNG (Virtual Broadband Network Gateway). Todos os nossos produtos são suportados por equipamentos white box, refletindo nossa capacidade de fornecer tecnologias que promovem a desagregação, evitam o vendor lock-in e impulsionam a evolução da conectividade.
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Fonte: Forbes
Imagem: Canva