Segundo o International Business Report (IBR), relatório que mensura o otimismo sobre o futuro da economia e dos negócios globalmente, mais de 80% das empresas de médio porte no Brasil consideram a cibersegurança uma prioridade. A pesquisa, realizada pela Grant Thornton, contou com a participação de cerca de 300 lideranças brasileiras sobre o investimento na área, e 41% afirmaram investir há muitos anos na melhoria da capacidade de proteção e resposta a ataques cibernéticos.
O estudo também aponta que outros 41% começaram a investir em segurança digital nos últimos três anos, com a intenção de continuar investindo no futuro. Para 10% dos empresários, o tema se tornará uma prioridade a partir de 2024, enquanto 6% planejam tratá-lo como prioritário em breve. Esse cenário é reflexo do aumento nos ataques cibernéticos que as empresas brasileiras enfrentam ano a ano.
O relatório da empresa de segurança Fortinet revela que o Brasil é o país mais vulnerável a ataques cibernéticos na América Latina. De acordo com uma pesquisa publicada em 2023, no primeiro semestre, foram registrados 23 bilhões de ataques contra o Brasil, o que representa 36% do total na América Latina. Em comparação com o mesmo período de 2022, houve uma redução frente aos 31,5 bilhões de ataques.
Everson Probst, sócio líder de cibersegurança da Grant Thornton Brasil, destaca que o constante alvo de golpes comprova a importância da economia brasileira no cenário global. No entanto, ele ressalta que para uma estrutura de cibersegurança eficaz, os investimentos devem ser realizados e testados de acordo com a realidade de cada empresa.
“Grande parte das organizações investem em segurança cibernética por meio de controles preventivos. Mas ainda há muito a ser feito para endereçar os riscos no ambiente digital, que está em constante movimento. Além disso, poucas empresas têm um plano estruturado e treinado de resposta a incidentes cibernéticos alinhado à importância e ao valor dos ativos que buscam proteger. Por isso é essencial treinar o que foi planejado para garantir a agilidade e eficiência das ações. Também é fundamental simular situações potencialmente reais em um ambiente controlado e agir de maneira preventiva. Com a simulação, é possível ajustar processos e direcionar treinamentos específicos para que todos estejam seguros e bem preparados durante a jornada”, afirma o especialista.
Cenário ainda desafiador, mas com muitas oportunidades
O IBR, conduzido com 5 mil lideranças empresariais de empresas médias em 28 países, analisa diversos indicadores, como receita, investimentos, empregabilidade e perspectivas para os próximos 12 meses. Na questão da segurança cibernética, o estudo mostra que 43% dos brasileiros veem o tema como um fator que ameaça o crescimento das empresas, acima da média da América Latina (35%) e menor do que a média global (50%).
“O cenário comprova a urgência e os impactos negativos de golpes aos negócios. Até por isso, observamos os reflexos desse movimento no IBR, em que 81% dos empresários brasileiros pretendem investir em tecnologia, patamar histórico que não era atingido desde o final do primeiro semestre de 2022. Mas é preciso entender os riscos de cada operação para minimizar as tentativas de ataques e direcionar os investimentos em soluções realmente eficazes”, completa Probst.
O aumento do foco em cibersegurança pelas organizações também revela uma evolução na mentalidade corporativa. Com o avanço tecnológico e os variados tipos de ameaças, a segurança vai além da simples proteção de dados. Hoje, ela é um dos pilares do crescimento empresarial, fornecendo robustez e flexibilidade para enfrentar diferentes situações adversas.
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Fonte: IP News
Foto: Canva
