No mundo digital atual, a cibersegurança tornou-se essencial para as empresas. Com o aumento dos investimentos globais na área, é crucial entender as crescentes ameaças e as estratégias eficazes para a recuperação de desastres.
Nesse cenário desafiador, é vital explorar os pilares fundamentais que sustentam a cibersegurança moderna e a preparação para crises.
A cibersegurança continua sendo uma prioridade corporativa para 2024. De acordo com a previsão mais recente do Gartner, os investimentos globais em cibersegurança devem atingir 215 bilhões de dólares neste ano, um aumento de 14,3% em relação a 2023.
Hackers, sabotagens internas, falhas humanas, problemas de software e hardware, bugs e desastres naturais, como inundações e incêndios, estão entre os principais causadores de desastres. Esses eventos podem resultar na perda total ou parcial de dados e aplicações, comprometendo gravemente os sistemas e a continuidade do negócio.
Adotar medidas preventivas para minimizar as chances de ataques sempre deve ser prioridade. Entre elas:
– Desenvolver um plano de segurança bem estruturado, apoiado pela diretoria e o conselho da empresa. Um planejamento eficaz requer apoio para sua implementação.
– Realizar uma avaliação detalhada de segurança para identificar vulnerabilidades e recomendar ferramentas, softwares e mudanças de processos necessários para fortalecer o ambiente.
– Implementar um plano contínuo de conscientização dos funcionários para evitar que caiam em golpes que comprometam a rede da empresa. Campanhas e mensagens únicas não são suficientes; a ideia de vigilância constante deve ser mantida.
Essas medidas, quando bem aplicadas, reduzem significativamente as chances de problemas de segurança.
No entanto, se ocorrer um ataque inesperado, as ações recomendadas são:
– Ativar imediatamente o Plano de Recuperação de Desastres (Disaster Recovery). Este plano é crucial para a resposta rápida a problemas que afetem as operações, permitindo isolar o problema, recuperar ambientes e sistemas, e restaurar backups rapidamente, retomando as atividades o mais rápido possível.
O primeiro passo para implementar a Recuperação de Desastres é ter um planejamento lúcido de continuidade do negócio. Um planejamento detalhado identifica os processos críticos e arquivos essenciais para o funcionamento da empresa.
Para garantir o sucesso dessa estratégia, as organizações precisam de uma avaliação documentada abrangendo tecnologias, processos e pessoas, que são os pilares que determinam se a empresa está segura e se possui os recursos adequados para proteger o ambiente.
O Brasil e a Tecnologia de Cyber Segurança
O Brasil ocupa a primeira posição pelo 3º ano consecutivo na América Latina em casos graves de ciberataques, como Ransomware e Phishing, com 61 ocorrências, superando o México (42) e a Argentina (23), conforme o relatório Unit 42 da Palo Alto Networks. De 2021 a 2023, o índice no Brasil aumentou 56,4%.
Integrar tecnologias para proteção de dados, backup e processos de restauração em um plano de Disaster Recovery ajuda a reduzir o impacto de diversos problemas, como ataques de Ransomware – software malicioso que sequestra dados digitais.
Especificamente para Ransomware, recomenda-se a Cyber Threat Intelligence (CTI), que avalia ameaças cibernéticas fora do perímetro da empresa. O CTI coleta informações de diversas fontes, incluindo redes sociais, deep e dark web, CERTs e bases inteligentes.
Essa varredura identifica fraudes, falsificações, abusos de marca e vazamento de dados, permitindo alertas preventivos e geração de informações anormais nesses ambientes.
Processos
Embora a tecnologia seja fundamental, ela não resolve problemas sozinha sem processos bem definidos, um plano de continuidade do negócio, políticas de segurança e uma metodologia clara de resposta a incidentes.
É necessário ter equipes dedicadas a missões críticas, trabalhando em sinergia em todas as etapas. Por exemplo, um checklist bem construído permite que os profissionais investiguem problemas enquanto uma equipe multidisciplinar continua o processo.
Pessoas
Pensando no êxito do plano de Recuperação de Desastres, além de processos e recursos tecnológicos, a capacitação e orientação dos profissionais em cibersegurança são imprescindíveis. Ações de conscientização e boas práticas reduzem significativamente os riscos de incidentes devido a falhas humanas.
Testes frequentes para verificar se os funcionários clicam em links suspeitos e o monitoramento de executivos em redes sociais para evitar a divulgação de informações sigilosas são complementos importantes.
Embora muitas organizações invistam pesadamente em cibersegurança, é essencial entender os gaps tecnológicos, criar processos e contar com pessoas capacitadas para lidar com todas as etapas das situações de desastre.
Evitar gastos desestruturados e não planejados com ferramentas de segurança é crucial. A tríade de tecnologia, processos e pessoas forma o pilar da efetividade do negócio.
Em última análise, investir em tecnologia de ponta e implementar protocolos rigorosos são passos cruciais para a proteção contra ameaças cibernéticas. No entanto, a verdadeira força de uma estratégia de cibersegurança reside na sinergia entre tecnologia, processos e pessoas.
Diariamente, enfrentamos diversas situações relacionadas à cibersegurança. Não há uma regra fixa; empresas de todos os tamanhos e setores enfrentam diferentes desafios. O único fato comum é que muitos ataques poderiam ser evitados ou minimizados se boas práticas fossem adotadas preventivamente. Em cibersegurança, o melhor investimento é a prevenção.
Proteja-se
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Fonte: Thiago Tanaka à Crypto ID
Foto: Canva