A disponibilidade de fibra ótica no Brasil cresceu, alcançando 91% dos provedores de acesso à Internet no país. Os dados foram divulgados na semana passada pela TIC Providers, em pesquisa realizada pela Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Na edição anterior, realizada em 2017, a pesquisa apontou que 78% dos provedores de Internet ofereciam serviços de fibra ótica, um aumento de 13%.
A pesquisa não mostrou quantos usuários finais adotaram a tecnologia. No entanto, mostra a demanda esperada dos provedores de Internet.
De 2017 para 2020, outros tipos de tecnologia de acesso apresentaram redução dentre os provedores, que podem oferecer mais de um método de conexão para clientes.
O acesso por cabo reduziu-se de 51% para 46%. A internet via rádio com frequência ivre caiu de 84% para 73%, enquanto a com frequência licenciada caiu de 44% para 26%.
Leonardo Melo, coordenador da pesquisa TIC Provedores no Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), afirma que a pandemia Covid-19 acelerou o crescimento do fornecimento de fibra.
O que está impulsionando o acesso via fibra óptica?
"Com a pandemia, estamos vendo um uso mais intensivo de streaming de mídia, chamadas de vídeo, teletrabalho e ensino à distância. Muitas atividades foram transferidas para casa e esse tipo de banda larga estável está se tornando cada vez mais importante", disse ele.
Por proporcionar uma melhor experiência em aplicações como vídeo, as empresas também passaram a priorizar a fibra ótica em relação a outras tecnologias de acesso à Internet.
Outro fator que contribui para o crescimento de sua usabilidade é o surgimento de novos provedores de Internet no Brasil. Mais da metade (54%) começou a prestar serviços de 2014 a 2020.
Além disso, de acordo com a pesquisa, a maioria das empresas atende a poucas cidades: 43% têm escritórios em apenas uma cidade e 44% têm escritórios em duas a cinco cidades.
Com o aumento do número de fornecedores no mercado, a competição também se acirrou e, para muitos deles, o uso da fibra óptica é condição mínima para a conquista de novos clientes, demandantes por mais velocidade e estabilidade
“Provedores que conseguem fornecer conexões para garantir que a Internet não trave e não demore muito para carregar o conteúdo mais visitado estarão à frente de outros provedores”, explicou Leonardo.
Este cenário, no entanto, é apenas o começo. Estamos vivenciando uma verdadeira revolução no modo como os consumidores finais consomem internet e aqueles provedores que ofereceram o que a demanda espera garantirão o crescimento, enquanto outros estarão estagnados ou entregues à competição da “internet comum”.
Mais do que velocidade, a nova demanda é por sincronia no upload e no download.
Videoconferências do trabalho, jogos online colaborativos, EAD, eletrodomésticos conectados, internet das coisas e automação doméstica são apenas alguns exemplos nos quais o usuário não está apenas fazendo download, mas, igualmente, upload de dados.
Deste modo, como já dissemos no artigo Porque o seu plano de internet não pode ser o mesmo de antes da pandemia?, o investimento certo para os provedores de internet é em tecnologia PON simétrica de 10Gig, o XGS-PON, que está disponível no Brasil com custos muito menores e tecnologia muito mais avançada do que quando surgiu lá fora.
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Fonte: G1
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