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O futuro do 5G envolve robôs, carros e saúde

23 de setembro, 2022

Uma rede 5G privada é capaz de, por exemplo, abrigar dezenas de robôs habilitados para, sozinhos, transportarem quase uma tonelada de produtos e equipamentos por um enorme ambiente. Embora esta cena possa parecer de uma série de ficção científica, a chegada da quinta geração em conectividade possibilitará que episódios como este sejam cada vez mais comuns.

"A indústria, desde fábricas até o agronegócio, está sendo a primeira a sentir os efeitos do 5G. Isso porque a conectividade e velocidade que esse sistema de transmissão de dados trouxe já permite que novas tecnologias sejam implementadas de imediato, cortando gastos e trazendo mais segurança", explica Marcela Carvalho, assessora de assuntos estratégicos da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

"[No galpão de uma fornecedora de equipamentos de Telecomunicações] Os resultados observados foram a melhoria de 25% na eficiência operacional geral, a redução de 30% no ciclo de produção, a melhoria de 20% no giro de estoque e a eliminação total dos erros operacionais e do uso de papel", destacou Bruno Jorge, head de Indústria 4.0 da ABDI.

"Dentro de um armazém você tem muitos dispositivos e precisa de uma conexão massiva", explicou o diretor de marketing e ecossistema de uma multinacional . "O Bluetooth, por conta da distância entre os dispositivos, não resolveria. O wi-fi seria instável e colocaria em risco a segurança da operação. E a rede fixa não é flexível, sem falar do custo de colocar cabo em todo o prédio”.

No início do segundo semestre de 2021, a ABDI já havia levantado os resultados do 5G na indústria. Em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a instituição divulgou um diagnóstico do qual demonstra que o uso do 5G em casa de testes possibilitou a instalação de equipamentos jamais utilizados nas fábricas que integraram o estudo. Dentre as tecnologias que tiveram o melhor desempenho, estavam os robôs de inspeção com realidade virtual e câmeras inteligentes.

Todavia, vale ressaltar que o futuro vai além da indústria, uma vez que o 5G pode contemplar diversas outras áreas. "O 4G trouxe para a gente os apps de delivery, serviços de carro, entre outros. Então, entendemos que o 5G vai mudar muito a forma como lidamos com serviços do dia a dia, mas apostamos muito também em grandes mudanças na robótica, como na medicina".

Médicos sem fronteiras

O setor de saúde será um dos principais beneficiados com o 5G, democratizando o acesso a cuidados médicos através da velocidade e estabilidade da rede para fornecer consultas e cirurgias remotas.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), por meio da iniciativa InovaHC, lançou no último dia 15 o projeto OpenCare 5G, rede privativa 5G para testes de conectividade avançada na saúde.

A ABDI é uma das parceiras do projeto. A agência oferece profissionais que realização o diagnóstico sobre a performance da rede 5G, a jornada dos médicos e enfermos, e aplicações a serem desenvolvidas para telerradiologia (avaliação à distância de exames e laudos médicos), durante dois anos.

Na visão de Giovanni Cerri, presidente dos Conselhos dos Institutos de Radiologia (InRad) e do InovaHC do HCFMUSP, a saúde digital irá renovar a medicina na próxima década. Além dos testes em São Paulo estarem trazendo ótimos resultados, a meta é que o projeto chegue em locais remotos, onde o 5G não deve chegar no curto prazo.

"Nosso plano ao desenvolver essa conexão privada de 5G que pode atender regiões remotas é garantir que haja uma diminuição na desigualdade do nosso sistema de saúde", explica o presidente. Além de melhorar a medicina no dia a dia, seja em consultas ou monitoramento de pacientes, ele acredita que a área que terá mais impacto com a tecnologia será a de capacitação.

"Nós sabemos que grande parte desta desigualdade no nosso sistema está relacionada à falta de capacitação profissional, e durante a pandemia isso ficou muito evidente. Estudos mostraram que um paciente com covid que era internado em UTI, tinha chances 2,5 vezes maiores de sobreviver se ele fosse internado na UTI correta. Não por causa dos aparelhos, mas por causa do atendimento que ele teria", conta.

O 5G possui mais velocidade e uma menos latência, viabilizando o atendimento por profissionais independente de sua localização. Por exemplo, há previsão de que ocorram treinamentos para técnicos que sejam residentes próximos de comunidades indígenas do Pará, a fim de que sejam realizados exames de ultrassom na região, a serem avaliados simultaneamente por médicos do HC.

"Tudo na medicina depende de uma conectividade eficiente, e é isso que buscamos entregar", conclui Cerri.

Embora esses projetos possam dar a sensação de que estamos no caminho certo para uma medicina sem fronteiras, Marcela salienta que é necessário pensar nos custos, bem como a dificuldade de implementação em larga escala.

"O 5G de fato traz mais precisão e confiabilidade, mas temos um déficit aqui no Brasil de conectividade. Sabemos que muitas unidades de saúde não possuem conexão com a internet, e muitas estão em locais que o 5G ainda não chega", alerta. "Então, é necessário investir não só na conexão de institutos, hospitais e unidades básicas de saúde, mas também na infraestrutura das cidades onde elas estão, para que haja um atendimento efetivo a comunidades remotas, promovendo a democratização da tecnologia e do atendimento de saúde", afirma.

Algumas aplicações devem demorar

Apesar de haver inúmeras notícias em relação a carros autônomos, Marcela destaca que isso não deve acontecer tão cedo, pois há entraves burocráticos que impedem a circulação desses veículos no país, portanto, as montadoras não investirão, a curto prazo, neste segmento. "Tudo que envolve interface de tempo real é tendência, mas não significa que será feito em todos os lugares", explica Marcela.

Para a assessora, o advento do 5G habilitará inúmeras tecnologias, contudo, o processo está em fase inicial, devendo evoluir com o passar do tempo. "Há três maneiras para diminuir o custo da infraestrutura: implementação em larga escala; evolução tecnológica e confiabilidade na rede; e aposta no open-run, em que a rede é 'quebrada' em pedaços com várias empresas e tecnologias se encaixando".

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Fonte: Assessoria Venko Networks com informações de Uol

Imagem: Image by Freepik