As estratégias ESG compõe uma série de âmbitos do qual uma empresa deve estar atenta, tais como mudanças climáticas, produtos e serviços com pegada de carbono reduzida ou neutra, uso responsável de recursos naturais, combate à corrupção, relacionamento com as comunidades e foco em diversidade e inclusão. Além disso, outro ponto está sendo observado por investidores e por administradores de grandes empresas: a segurança cibernética.
O Fórum Econômico Mundial já enquadra a cibersegurança como uma questão ambiental, social e de governança, afirmando que as empresas precisam estar atentas em relação a este tema junto a ESG. De acordo com a organização, o "risco cibernético é o risco de sustentabilidade mais imediato e financeiramente material que as organizações enfrentam hoje. Aqueles que não implementarem uma boa governança em segurança cibernética, usando ferramentas e métricas apropriadas, serão menos resilientes e menos sustentáveis".
Além disso, o próprio Fórum enfatizou sobre a importância de alinhar a cibersegurança e negócios através de um relatório publicado em janeiro deste ano, chamado “Global Cybersecutiry Outlook”. O documento informou sobre o desalinhamento entre as áreas responsáveis pela Gestão de Riscos e a área de Cyber. Nesse sentido, 92% dos executivos relataram que a resiliência cibernética faz parte das estratégias de gestão de riscos corporativos, enquanto 55% dos líderes de cibersegurança mantiveram a posição. As divergências entre as partes demonstram que há inconsistência de políticas nas organização.
Enquanto se observa a posição tática e estratégica da área e da liderança de segurança cibernética na estrutura organização das corporações, torna-se notório que, atualmente, há mais discussões sobre a importância da cibersegurança nas corporações, considerando que o tema vai além de TI e tenha um foco maior aos possíveis prejuízos que podem afetar as empresas.
Assim, a prioridade da segurança e do investimento em proteção, detecção e medidas de respostas têm que ser o próximo passos das corporações. Segundo um estudo realizado em 2021 pela Ernst & Young – que ouviu mais de 130 companhias ao redor do mundo, os ataques feitos por hackers em sistemas de corporativos aumentaram cerca de 300% durante o período de crise sanitária causada pela Covid-19. Porém, os ataques devem aumentar à medida que as empresas não procurem soluções para este problema.
A evolução da tecnologia e inovação deve ser alinhado com a cultura de cibersegurança. Dessa forma, os riscos cibernéticos devem ser incluídos junto a ESG das corporações, tendo alta prioridade em suas agendas. Caso seja negligenciado, este problema pode afetar as empresas de forma catastrófica.
O vazamento de dados poderia revelar os segredos dos negócios, afetando a reputação com os clientes. Além disso, de forma geral, um ataque cibernético pode levar a sérias consequências até mesmo de um país. A empresa americana Colonial Pipeline, responsável por quase metade do transporte de combustível na Costa Leste dos Estados Unidos, sofreu com isso. Há um ano, a companhia teve suas atividades interrompidas após um ataque cibernético. A consequência do caso foi o país acabar se encontrando em estado de emergência, aumentando o preço da gasolina e gerando longas filas nos postos da região.
Por isso, é de suma importância que as empresas entendam que uma estratégia ESG deve ter a proteção de dados e segurança da informação obrigatoriamente. Segurança cibernética não é somente um diferencial competitivo, e sim, uma nova realidade e necessidade do mundo corporativo e da população.
Fonte: Época Negócios
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