O avanço das redes privativas no Brasil tem se consolidado como um elemento-chave para a modernização de processos industriais, com impacto direto na produtividade, segurança e redução de custos operacionais. Na mineração, a Vale tem utilizado transporte e perfuração autônomos na mina de Carajás (PA), o que contribuiu para diminuir os gastos com logística e reduzir a exposição de pessoas em áreas de risco. A companhia, uma das pioneiras na adoção de redes privativas industriais no país, mantém sua rede 4G em sete operações e uma ferrovia, com planos de expansão para portos e uma segunda linha férrea.
De acordo com a diretoria de infraestrutura tecnológica da empresa, os principais usos da rede envolvem equipamentos autônomos, sistemas de despacho de frota, manutenção preditiva, automação de controles da rede elétrica, sinalização ferroviária e sistemas para detecção de fadiga em operadores.
Na área da saúde, a Fiocruz implementou uma rede privativa 5G em sua planta do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) como prova de conceito. A experiência buscava testar a efetividade da conectividade em um ambiente fabril desafiador, onde tecnologias tradicionais vinham apresentando desempenho insatisfatório. Segundo a instituição, a iniciativa permitiu acesso estável a dados em tempo real em áreas críticas da produção, como no controle da rotação de frascos com material biológico, um fator sensível para a qualidade dos processos.
As redes privativas, dedicadas exclusivamente a uma empresa ou organização, podem ser fornecidas por operadoras de telecomunicações ou implantadas de forma independente por integradoras, com uso de frequências autorizadas pela Anatel. Elas são vistas como alternativa para quem busca mais segurança, desempenho, disponibilidade e ganho de eficiência operacional.
Dados da consultoria Teleco indicam que os projetos de redes privativas cresceram 68% no Brasil em 2024, em comparação com o ano anterior. Para a presidência da empresa, esse movimento ainda é gradual, pois está diretamente ligado ao processo de transformação digital das companhias. A avaliação é de que o mercado segue em ritmo de expansão.
Entre os principais motivadores desse avanço está o papel das redes privativas como habilitadoras da chamada indústria 4.0. Representantes da área de vendas da Nokia na América Latina destacam que não é possível automatizar processos sem esse tipo de estrutura, responsável por conferir segurança e eficiência operacional. A fabricante soma 890 redes privativas instaladas no mundo, 90 delas na América Latina, sendo as operadoras os principais clientes.
A oferta de redes privativas tem aberto novas oportunidades de mercado para empresas de diferentes segmentos, como operadoras, fabricantes e desenvolvedores de software. Com o 5G como tecnologia de base, torna-se possível integrar soluções como inteligência artificial, computação de borda, análise de dados e internet das coisas (IoT).
O Senai-SP, por exemplo, desenvolve projetos com foco na integração de veículos elétricos autônomos e em soluções para a indústria de máquinas agrícolas, utilizando o 5G em uma estrutura completa de rede privativa, do acesso ao core, com suporte via satélites de baixa órbita. De acordo com a instituição, o maior desafio ainda está na integração entre tecnologia da informação e automação industrial.
Segundo a área de inovação B2B da Vivo, o Brasil está entre os principais países na aplicação de redes privativas, que já deixaram de ser apenas uma tendência para se tornar elemento central da digitalização industrial. Embora os grandes projetos ainda estejam concentrados em grandes empresas, já há registros de adoção por parte de negócios de médio porte.
A TIM, por sua vez, tem direcionado esforços para quatro segmentos: agricultura, logística, utilities e indústria. A operadora considera a conectividade um dos pilares da transformação digital no país e tem ampliado os casos de uso em todas essas áreas.
Já a Claro Empresas tem atuado em setores como manufatura, mineração, siderurgia, óleo e gás, logística, armazenamento e saúde. A avaliação da companhia é de que as empresas que lideram a adoção dessas redes devem conquistar vantagens competitivas relevantes nos próximos anos.
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Fonte: Valor Econômico
Imagem: Canva